A Psicoacústica estuda a percepção subjetiva das qualidades (características) do som: intensidade, tom e timbre. O que se encontra nos dicionários traduze bem o que representa este terceiro disco da carreira do Ira!, uma obra musicalmente surpreendente, principalmente quando comparado ao que as bandas brasileiras vinham apresentando nos anos 80.
Mesmo sem alcançar o sucesso comercial que seu antecessor Vivendo e não aprendendoPsicoacústica é facilmente um dos melhores discos do Ira!, se não, o melhor deles. Lançado em 1988, além do rockn'roll visceral da banda, as oito faixas que compõem o albúm trazem em pouco mais de meia hora, um vasto circo de sonoridades peculiares, que se debruçam em guitarras cheias de noise rock, flertes psicodélicos, levadas de pandeiro, sons de metais, batidas de reggae e até vocais de rap.
"Trata-se de um faroeste sobre o terceiro mundo", uma narração sombria repete a frase depois de uma verdadeira "pancada musical" regada por uma forte batida e o rasgo de uma guitarra. O famoso Bandido da Luz Vermelha, presença constante nas páginas policiais durante a década de 60, transformado em filme pelo diretor Rogério Sganzerla, é o tema da sensacional Rubro Zorro. Impossível começar de maneira melhor.
A partir daí peculiares Manhãs de Domingo, uma Receita Para Se Fazer Um Herói e até um Advogado do Diabo, como no filme de mesmo nome, surgem e desaparecem em meio às percepções subjetivas proporcionadas pela qualidades (características) do som. Psicoacústica faz ouvidos gozarem de Poder, Sorriso e Fama sem te deixar Farto de Rockn'Roll e Mesmo Distante, eu aconselho: Pegue Essa Arma, ou melhor, abrace essa pérola.
Oito hinos recomendados aos bons ouvidos.
1. Rubro Zorro
2. Manhãs de Domingo
3. Poder, Sorriso e Fama
4. Receita Para Se Fazer Um Herói
5. Pegue Essa Arma
6. Farto de Rockn'Roll
7. Advogado do Diabo
8. Mesmo Distante
Ira! - Psicoacústica (1988)
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