Negro, filho do sambista Oswaldo Melodia, criado no morro São Carlos, divisa com Estácio, Luiz Melodia era o protótipo estético do cantor de samba carioca, daqueles dispostos a reclamar as arguras e cantar a malandragem suburbana do Rio de Janeiro por toda a carreira. Mas Luiz Melodia era ainda mais malandro. Dono de um estilo pouco usual, criativo e original, o artista desceu o morro para encantar a vanguarda artística não-exilada do começo da década de 70, ainda saudosista do encerramento abrupto do tropicalismo.
Luiz Melodia é parte de um time de artistas que transcende as possibilidades pré-determinadas que suas origens possam sugerir. Assim como Tim Maia e Jorge Ben, Melodia aprendeu a criar música universal partindo de um gueto improvável. A música negra suburbana brasileira no Brasil do começo da década de 70 seria tropicalista se o Tropicalismo não dependesse tanto explicitar o referencial teórico. Mais coerente é dizer que não há pérolas tão preciosas quanto nossas pérolas negras.
1 Estácio, eu e você [Luiz Melodia]
2 Vale quanto pesa [Luiz Melodia]
3 Estácio, holly Estácio [Luiz Melodia]
4 Pra aquietar [Luiz Melodia]
5 Abundantemente morte [Luiz Melodia]
6 Pérola negra [Luiz Melodia]
7 Magrelinha [Luiz Melodia]
8 Farrapo humano [Luiz Melodia]
9 Objeto H [Luiz Melodia]
10 Forró de janeiro [Luiz Melodia]
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